A morte não é tudo. Não é o final. Eu apenas passei para a sala seguinte.
Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável.
O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira que sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor.
Ria como sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntos.
Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim. Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra.
A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. O que é esta morte senão um acidente desprezível?
Porque ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina. Está tudo bem!
(A.D)
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No começo da semana passada foi o falecimento da irmã mais velha de minha mãe, bom poder ter estado com ela alguns dias antes de seu desencarne.
Não foi fácil, sinceramente não acredito que um dia virá a ser de fato, mas a morte como o texto tão bem diz não é tudo, a vida, ah esta sim é tudo, e a ausência que se faz presente esta sim dói.
A vida continua é fato, não estou tentando fingir como muitos, e tenho certeza que ela continua em todos os sentidos, tanto para quem fica como para quem vai.
2 comentários:
Que texto lindo e cheio de sentido!Meus sentimentos pela perda e que bom que conseguiste estar com ela antes...beijos,chica
As palavras as vezes são meramente palavras diante da velha e conhecida morte.
Passar por ela, ou abraça-la, Tesinha, por mais conhecimento que venhamos à ter, ainda não é fácil.
Estamos apegados demais à terra, propriamente dita, para tentar fingir que somos fortes perante a separação temporária.
Beijos na alma e muita paz, sempre à quem está aqui e à quem já seguiu a grande viagem, que é a de todos nós.
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